sábado, 5 de julho de 2014

15 - RISCO

Hoje, vivemos uma época em que a tecnologia, aliada ao nosso instinto bélico e destrutivo, desenvolveu assustadoramente a capacidade de matar. Somos capazes de destruir-nos em poucas horas, sem que reste nenhum vestígio de seres humanos vivos.
Se e quando conseguirmos ultrapassar esta fase, quando a inteligência sobrepujar o instinto, teremos começado a conquistar a eternidade. Se, por descontrole das forças que nos impelem à evolução, nós nos autodestruirmos, outras inteligências vicejarão, pois, para o tempo infinito, ele mesmo não importa. Se não aqui, em qualquer outro lugar, pois para o espaço sem limites, o local não é importante.
A Natureza não arrisca. Para garantir a realização de suas metas, todas as criações no espaço infinito se repetem um número infinito de vezes. Pelo mesmo motivo que as ovas de peixes tem milhões de ovos e a cada ejaculação são lançados milhões de espermatozóides, espoucam Universos (Big-Bangs) pelo espaço afora a cada átimo, num recomeço sem fim; o processo se repete, novas inteligências são criadas, acumuladas e agregadas às demais, de outros Universos.
Isso vem acontecendo desde todo o sempre; nosso Universo seria apenas um acontecimento a mais - o equivalente a menos do que um ovinho da ova do peixe - uma unidade do conjunto imensurável, com uma importância relativa infinitamente pequena.
A dimensão da Inteligência criada por esse mecanismo e que a mantém em crescimento contínuo, está muito além do alcance da nossa atual compreensão.
Um dos objetivo dessa Inteligência, certamente, é a concretização do nosso evoluir. Essa concretização depende de muitos fatores. Nem todos chegarão lá, mas aqueles que chegarem, certamente, farão parte Dela, do Seu contínuo crescimento e do prazer do conhecimento máximo.
A PRIORIDADE DA CIÊNCIA
Na medida em que formos nos habituando à idéia de que realmente somos parcelas de Deus, nossas incursões pelos segredos da vida e a utilização desses segredos em benefício da espécie, serão atividades prioritárias nos laboratórios dos países avançados de todo mundo.
Os tabus criados e alimentados pelos criadores de mitos, responsáveis pela lentidão do nosso evoluir nos últimos milênios, serão varridos da face do Planeta pelos vendavais das transformações.
A decifração do código genético, além de levar-nos à cura de todas as doenças, eliminará os processos degenerativos responsáveis pelo envelhecimento e a criação de um corpo imortal já não será apenas um devaneio de ficção científica. 
O corpo imortal é uma busca milenar. As  diversas mitologias dos povos, através dos tempos; a transformação de heróis humanos em divindades geralmente como premiação pelos seus grandes feitos, são uma conseqüência dos nossos anseios de imortalidade.
É interessante observar-se a relação entre vencedores e imortais nas diversas mitologias em todo o mundo. Trata-se de algo evidente. Não é difícil, para um indivíduo de mediana inteligência, prever a imortalidade, caso ela exista, para os vencedores.
No presente momento, os vencedores somos nós graças aos feitos dos nossos heróicos ancestrais. Voltando no tempo, num retrospecto de milhões de anos, quando os nossos remotos ancestrais quadrúpedes eram presa dos dinossauros, podemos fazer desfilar diante dos nossos olhos as suas peripécias. Aperfeiçoados pela evolução, cada vez mais lutaram  bravamente pela sobrevivência de cada um e da espécie e venceram.
Em meio às catástrofes naturais e à perseguição de toda a sorte de predadores, os proto-humanos evoluíram da esperteza instintiva para a inteligência. Uma das mais importantes batalhas estava vencida;  muitas outras viriam. 
Outros milhões de anos se passaram e, com o crescimento da inteligência, passamos  a ser os nossos maiores predadores. A competição cresceu; a luta tornou-se mais acirrada; quando nômades, competíamos apenas pelo domínio hierárquico dentro do grupo e, obviamente, os mais fortes reservavam-se todos os privilégios.
Quando deixamos de ser nômades e nos tornamos seres territoriais,   os nossos territórios tornaram-se também motivo de disputa. Posteriormente, quando o sistema social evoluiu para a formação de famílias, estas tornaram-se mais um motivo de agressão.  
Prevalecia, prevaleceu e prevalece a lei do  “quem pode mais chora menos”. Nossos ascendentes, portanto, por terem sorte ou por serem fortes, quando defenderam a própria vida foram sempre vencedores, de outra forma não estaríamos aqui.
Hoje continuamos a nos agredir mutuamente  pelos mesmos motivos.  A grande diferença está em que a potência das armas por nós produzidas fugiu ao controle e agora  somos reféns das nossas monstruosas criações.
Assim, antes da prioridade científica de criar o corpo imortal, a preocupação maior deverá ser a de evitar o extermínio dos mortais.
A perpetuação da espécie humana é uma questão de vida e tempo. A continuação depende da capacidade da nossa inteligência atual para evitar autodestruição - o que é um grande risco - e da nossa inteligência futura  para criar o corpo imortal. Para que esse imenso passo ocorra – e poderá acontecer já neste século –  é preciso que os povos da Terra comecem  a pensar como o astrônomo Christian Huygens (Holanda, 1629 – 1695):
--“O mundo é o meu país e a ciência minha religião”
Resta acrescentar que, a forma como a Inteligência se encaixa no tempo e no espaço — se é que se encaixa — somente o saberemos se e quando chegarmos lá.
Tudo o que acabamos de expor dá margem a uma infinidade de desdobramentos, alguns apresentados a seguir.

http://imortalidadeadalciodossantos.blogspot.com.br/

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