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No genoma imortal, nossa alma segue em busca do eterno.
No início da vida na Terra, ocorrido há, aproximadamente quatro bilhões de anos, segundo a ciência,
“moléculas com funções especializadas casualmente se juntaram, formando um tipo de coletividade molecular - a primeira célula. Há três bilhões de anos, alguns vegetais unicelulares se uniram... e os primeiros organismos multicelulares evoluíram”. (Cosmos, Carl Sagan, pág. 31).
Na continuidade da evolução daqueles organismos, num processo lento de mutação, seleção e adaptação, foram se formando as plantas, os peixes, os primatas, os símios...
Há, aproximadamente, dois milhões e quinhentos mil anos, surgiram os nossos ancestrais. Proto-hominídeos evoluíram para o gênero homo, num período superior a dois milhões de anos, dando origem ao Homo habilis, o mais antigo conhecido; ao Homo erectus, provavelmente o primeiro a utilizar o fogo; ao Homo sapiens e, finalmente, ao Homo sapiens sapiens há, aproximadamente, 220 mil anos, espécie a qual pertencemos.
Somos compostos de algumas centenas de trilhões de células, as pequenas unidades de vida.
A célula, unidade básica de todo ser vivo,
“é um sistema tão complexo como o domínio das galáxias das estrelas”. (Cosmos, Carl Sagan, pág. 33).
Os diversos tipos de células, componentes do nosso corpo, têm funções específicas, formando tecidos e órgãos que nos fazem da forma como somos.
As células, além de produzir energia, formar a estrutura do corpo e coordenar suas funções, têm uma capacidade imensurável de acumular e utilizar informações.
Todas as células vivas têm algo em comum, pois tiveram a mesma origem e, na medida em que foram evoluindo, armazenaram todas as informações relativas às genitoras.
Para nosso objetivo, interessa-nos saber que no interior das células, em seu núcleo, nos cromossomos celulares, estão alojados os genes, as milagrosas unidades da hereditariedade.
Em cada óvulo e espermatozóide, bem como em todas as demais células do organismo, estão contidas e são transferidas ao embrião, informações acumuladas desde o aparecimento da primeira célula, há, aproximadamente, quatro bilhões de anos. É um número incalculável de informações que, segundo os estudiosos, equivale, em linguagem comum, a alguns milhares de grossos volumes. Este número, todavia, é insignificante se considerarmos a capacidade, praticamente infinita dos genes de armazenar informações.
Dispostos linearmente em cadeias helicoidais, nos cromossomos celulares, os genes são formados por compostos químicos denominados ácidos nucléicos. Existem dois tipos de ácidos nucléicos: o ADN, que sabe o que fazer e o ARN, que transporta as informações para o resto da célula.
"O DNA humano é como um programa de computador, mais muito mais avançado do que qualquer software jamais inventado." (Bill Gates)
Os genes são, portanto, a parte da célula que arquiva e determina as características do indivíduo herdada dos pais, dos ancestrais. A capacidade, incalculável, de combinações possíveis entre os elementos componentes dos ácidos nucléicos, possibilitam a formação de um número, ilimitado na prática, de códigos usados para armazenar inimagináveis informações e instruções e transportá-las para toda a célula para que ela cumpra o seu papel em todos os órgãos e organismo.
“Essas informações” podem passar “de uma célula a outra, ou de um indivíduo ao seu descendente, comunicando as características a serem mantidas na reprodução celular e na hereditariedade. Seriam como os bits de memória ou de informação de um computador, os quais podem compor-se uns como os outros, originando um infinidade de informações complexas”. (Evolução das Espécies, S. M. Branco, pág. 49).
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